segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Crazy Heart (2009)



"Crazy Heart" é o primeiro trabalho de realização por parte de Scott Cooper e conta com a participação de Maggie Gyllenhaal, Colin Farrell e Jeff Bridge que ganhou com este filme o Oscar para melhor actor.


Bad Blake (Jeff Bridge), conduz-nos pela vida de um astro da musica country, interpelado pela decadência da idade e pela árdua magoa da solidão da estrada.
O alcool e a selvajaria do seu coração vão-no traindo, até encontrar Jean (Maggie Gyllenhaal), uma jornalista que descobre o homem por trás da máscara do country, e lhe oferece a oportunidade de escolha e redenção. 

A triste e já pesada vida de Bad Blake, que o atira sozinho conduzindo uma pick-up de estado para estado, acompanhado pelo álcool e cultura country leva Jeff Bridge a um dos, senão o melhor, papel da sua carreira que na academia o destacou com o Prémio Oscar para melhor actor.
Um Drama que demonstra o mundo desconhecido de uma longa carreira, de um dinossauro do country que não suportou a evolução da época, sujeitando-se a muitas peripécias para sobreviver no mundo actual. 
"Crazy Heart" contém uma banda sonora fantástica e bem trabalhada, totalmente adaptada ao filme, e que consegue transmitir todas as emoções do momento.
É sem duvida uma comovente história de amor e paixão bem estruturada, envolvida na musica country, que nos faz pensar e entrar dentro da personagem sentido muitas das vezes pena, e até vontade que as suas atitudes se alterem para o diferente seguimento da história.


Para fãs da musica country e do desconhecido mundo da musica, "Crazy Heart" é um filme que nos segura ao ecrã. Uma esplêndida interpretação de Jeff Bridge que teve o justo reconhecimento da Academia em Hollywood. 


Nota: 3,8 / 5

Escrito por: Sandro Branco

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Enter The Void (2010)


Gaspar Noé, realizador responsável por "Irréversible" (2002) e "Seul contre tous" (1998), traz-nos mais um impressionante filme, "Enter The Void" que conta com a participação de Nathaniel Brown, Paz de la Huerta e Cyril Roy.

Óscar (Nathaniel Brown) é um Americano traficante de droga em Tóquio que durante uns tempos angariou dinheiro para levar a sua irmã Linda (Paz de la Huerta) para perto dele. 
Num acto de raiva e traição Óscar é morto pelas autoridades locais e o seu espirito, numa "outer-body experience", vagueia pela cidade de Tóquio, pelas mentes de determinadas personagens, demonstrando a decadência de uma perda e a influência dos diferentes estilos de vida.

"Enter The Void" é um filme experimental extra sensorial, que enfatiza todo o poder da luz, do som e da imagem. 
Inicialmente, Gaspar Noé, leva-nos para dentro da mente de Óscar, sendo os seus olhos, os nossos olhos. É extremamente fantástico todos os pormenores que com isso, nos é oferecido, mostrando todo o realismo e fanatismo em fazer-nos sentir na personagem. As experiências com drogas de Óscar alteram todo o cenário (a distorcer), toda a luz (cada vez mais forte e o destaque das cores), o som (cada vez mais pesado e longínquo), criando uma imagem hipnótica e que nos faz despertar sensações, que em certos momentos, simulam todas as sensações que o realizador Gaspar Noé nos quer transmitir através da personagem Óscar.
Assim que o espírito de Óscar começa a passear livremente pelas memórias, e pelo pecado de Tóquio, "Enter The Void" perturba-nos com as difíceis, e degradantes imagens do ser humano, sem dó nem piedade. Desde os incidentes mais tristes, as separações, a tranquilidade que muitas vezes é possível em cenários horríveis e até as cenas de sexo que sem qualquer pudor, Gaspar Noé, transmite ao espectador, são os exemplos da falta de piedade do realizador.
Pela complexidade do filme, é de notar a representação de todos os actores que sem eles todo este realismo, todo o hipnotismo, toda aquela sensação de estar a viver aquela história não seria possível. A naturalidade dos acontecimentos, das reacções de cada personagem são um marco em cada filme de Gaspar Noé, e "Enter The Void" não é excepção.
Como já referi em cima, com exemplos concretos de determinadas cenas, a técnica deste filme é formidável, a destacar sem duvida toda a luz e efeitos que nos são projectados nos olhos com uma tremenda violência e a imagem "First Person" que está repleta de pormenores e não demonstra qualquer falha.

Um filme, aconselhado a quem não tem qualquer problema em novas experiências visuais e sensoriais. Considero um filme Impressionante.

Nota: 4 / 5

Escrito por: Sandro Branco

sábado, 11 de dezembro de 2010

500 days of Summer (2009)


Marc Webb é o nome do criador de "500 days of Summer" e trata-se do seu primeiro trabalho adaptado ás grandes salas de cinema. Este realizador, criador de videoclips de alguns dos grandes nomes da musica pop/rock americana como Greenday e 3 Doors Down, é uma das grandes promessas do cinema americano, estando inclusivé a dirigir neste momento o "Reboot" do blockbuster "Spider-Man".
"500 days of Summer" conta com a participação de Joseph Gordon-Levitt, Zooey Deschanel, Geoffrey Arend e Chloe Moretz na sua representação.

Tom Hansen (Joseph Gordon-Levitt), é um azarado escritor de cartões comemorativos e um romântico sem esperanças, que se deixa abalar pelo final da relação com a namorada Summer Finn (Zooey Deschanel). Apesar da sua despreocupante estabilidade, Tom sentia um abalado vazio até que sua vida ganha uma euforia atípica quando conhece Summer Finn (Zooey Deschanel). O filme transporta-nos entre os 500 dias do seu namoro em busca do que poderá ter corrido mal e as suas reflexões (Tom Hansen) acabam por levá-lo a redescobrir as suas verdadeiras paixões.
Uma comédia romântica diferente de todas as outras pois as coisas nem sempre correm como previsto.


"500 days of Summer" é sem duvida uma divertida comédia com o amor no bloco central mas que deixa a sua marca pelo azares e não tão esperados acontecimentos que o publico está habituado a ver em qualquer outro filme do género. É notável e de boa apreciação o realizador dizer-nos desde o inicio do filme que "é uma história de amor com um final não tão feliz", que de certa forma nos desperta certa curiosidade para o desenrolar de toda a trama.
Marc Webb deslumbra-se também com a divisão de ecrãs entre o "DESEJADO" e a "REALIDADE" oferecendo ao publico em determinadas ocasiões duas visões, e com toda a certeza, eventos que regularmente são estimulados pela nossa mente e que nos acabam por surpreender ou até desiludir. 
Uma não tão espectacular, mas aceitável e compreensível banda sonora, completa todo o filme adaptando-se ás situações proporcionadas pelas personagens, movendo-se entre a a mais romântica e bonita musica, a mais feliz e animada  cantoria e até o rock "Teenager" típico americano.

Para os amantes das comédias românticas este é um filme a não perder, para todos aqueles que acham que este género é lamechas e insuportável, 500 days of Summer" é uma experiência diferente das anteriores (no género). 



nota: 3,5 / 5

Escrito por: Sandro Branco